Crianças burundinesas em campo de refugiados em Ruanda - abril de 2015 (Edmund Kagire/Associated Press/VEJA)
O
governo de Ruanda anunciou nesta sexta-feira que realocará em outros países os
cerca de 75.000 refugiados burundineses que chegaram ao país para fugir da onda
de violência que o Burundi vive desde a reeleição fraudulenta de seu
presidente, Pierre Nkurunziza.
Segundo
justificou a ministra ruandesa de Relações Exteriores, Louise Mushikiwabo, os
“interesses políticos” que foram criados em torno dos refugiados burundineses
“são inaceitáveis”. O governo de Ruanda foi reiteradamente acusado de treinar
os refugiados burundineses para que tirassem Nkurunziza do poder.
A
ministra, que ressaltou a inconveniência de receber refugiados de um país com o
qual compartilha fronteira, trabalhará “estreitamente” com seus “parceiros
internacionais” para tirá-los dos campos que ocupam em diferentes cidades de
Ruanda.
Burundi
está imerso em uma grave crise que explodiu em abril do ano passado quando seu
presidente anunciou que concorreria pela terceira vez às eleições, o que é
proibido pela Constituição e viola os acordos que acabaram com uma longa guerra
civil em 2005.
Nkurunziza
foi reeleito em julho, em pleito que a comunidade internacional considera
fraudulentos, o que não impediu que o presidente se mantivesse em seu cargo.
Segundo
a ONU, além das mais de 400 pessoas que foram assassinadas durante esta crise
política, 237.000 tiveram que fugir do país.
Notícia publicada em 12 fev 2016.
http://veja.abril.com.br/mundo/ruanda-planeja-expulsar-75-000-refugiados-burundineses/
Maria Luiza Cardoso